Recente estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, apesar da queda da produção industrial brasileira em relação a dezembro/16, é possível identificar uma alta de 1,4% em relação à janeiro de 2016, depois de 34 meses seguidos de queda nessa mesma base de comparação (mês a mês). Em 12 meses, os números indicam uma baixa de 5,4%.
O cenário ainda representa um mercado em recessão. Apesar da melhora nos índices de produção, que deve ser relativizada pois as possibilidades de análise e comparação são diversas, os índices ainda ficam muito distantes quando comparados ao pico da produção industrial recente no país, identificado em 2013 antes da consolidação da crise política e econômica.
As avaliações positivas estão relacionadas principalmente pela evolução das indústrias chamadas extrativas (minérios de ferro, petróleo e gás natural), setor automotivo e de equipamentos de informática e eletrônicos. Por outro lado, produções de derivados de petróleo e biocombustíveis, máquinas, indústria de base, equipamentos e materiais elétricos continuam em queda colaborando para a lenta recuperação dos números da economia.
O projeto de crescimento da economia do país, que não se concretizou, vem afetando os números de forma enfática desde 2015 e atingiu seu ápice em 2016, com um cenário que incluiu uma produção muito abaixo da capacidade, máquinas e pólos produtivos parados, funcionários sem serviço e instalações abandonadas.
Especialistas apontam 2018 como um ano para o início de um processo de recuperação que possa ser sentido na prática, dependendo é claro de como o Governo irá lidar durante todo o ano de 2017 com as diferentes manifestações e necessidades para a retomada da indústria. Ao que parece, o fundo do poço já passou, mas trata-se de um poço fundo demais para que a recuperação seja rápida, muito menos ainda para que seja simples.